Sob estrelado céu em meu descanso, servi me de uma Cuba libre e de um vento manso. Dias de Verão e noites que nos lembram um antigo Inverno... Aonde estará, aquele frio, aquele frio interno?
Sento na calçada, cansado. Tarde da noite de semana, nenhum som executado, nenhum som que se emana. O silêncio me revigora, escuto ao teu nada e a inspiração se aflora. Talvez devesse entrar e dormir, mas logo agora!? Inspirado eu, sozinho, começo a sorrir.
Breve alegria estranha! Talvez não estranha, mas um pouco diferente. Sorria sozinho no silêncio, uma alegria que só quem sabe, sente. Pergunto-me, por que sorrir? Antecedendo a vão filosofia que está por vir, olho para o estrelado céu... Quantas filosofias jogadas assim, ao léu?
Sento me na calçada, eis então que surge uma criatura alada, pousa na rua, em minha frente. Uma ave estranha... Estranha não! Diferente!
Em tons de verde rubro, estranha ave que pousa em minha rua. Me encara, e eu não descubro. Quais inteções que te trazem, qual será a sua?
Estranha, e também diferente ave que pousa em minha rua. Me encara com olhares que insinua a conversar. Enlouqueci, mas então, resolvo lhe saudar!
- Ave das vivas cores que pousa nesta noite sem explicação, Vem para incomodar ou busca refugio em meu coração? Chegas do nada e pertuba minha paz...
Responde a ave: Muito mais!
Não é possível, enlouqueci! Uma ave que me entende está aqui? Tal como um conto de fadas, daqueles que contam nossos pais!
Responde a ave: Muito mais!
Me instiga e me artormenta. Um frio na barriga, que esfria de forma lenta. Surges de nada em minha rua, pousa e me encara, e abusada que és, ainda por cima uma frase me faz!
Vá te embora ave aos meus pés! Voa, com tua voz que ecoa num lamento ou canto como um profundo coral de ais.
Anda, canta ou fala novamente se for capaz!
Responde a ave: Muito mais!
Com uma longa cauda, ainda ali parado. Como se estivesse diante de sua missão, seu dever tão esperado. Me encara como se quisesse me fazer compreender, toda uma história que estou a viver.
E continua ali parada, não te moves em nada, só mantém sua encarada. Mas teu olhar não me engana, vens até mim para me fazer lembrar daqueles olhos de cigana. Não é!? Vens para pertubar minha paz!
Responde a ave: Muito mais!
Tarde. Tarde da noite e tarde demais! Poucas palavras e sua encarada, caí na sua armação. Caí na sua cilada. Me faz pensar se era oblíqua ou dissimulada, me faz pensar nela novamente, e dessa vez, ainda mais!
Responde a ave: Muito mais!
Muito mais! É verdade! Saudade ou vontade? Eu já não sei mais. Em meus devaneios, te abraço e te beijo, aperto contra mim a carne de teus seios! Numa ânsia do querer e a te esperar, só para poder então desfrutar... E cada vez mais, e mais...
Responde a ave: Muito mais!
Muito mais e sempre mais! Ave estranha e diferente, vens aqui só para me fazer querer ainda mais?
Responde a ave: Muito mais!
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Lamente-se comigo! =)