Contos de um bartender

 Andei pensando muito no fato de Álvares não ser mais o barman do meu "bar de sempre". Eu sei, nos dias de hoje não é tão difícil localizar uma pessoa, porém, como eu havia pensado, talvez isso seja mais uma adaptação da ordem natural das coisas. 

Durante esses dias criei coragem e fui buscar uma nova formação. Algo o qual eu já possuo certo conhecimento, mas desta vez, fui atrás de conhecimento específico. Irônico ou cômico, decida você, mas me formei como bartender. E decidi trazer aqui alguns contos...



Ah, dias com pouco movimento... É muito divertido observar de longe os clientes, principalmente quando algum deles pede algo específico. Por exemplo: 

Vê aquele homem alí? Jaqueta de couro, barba longa e bem cuidada. Cara de motociclicsta americano... Quando entrou ao bar, se aproximou do balcão e me disse com uma voz grossa:

- Hei chefe, um Stone Sour por favor.

- É claro! Como o deseja?

- Whiskey, montado!

Não se pode achar que um homem como esse tenha pouca experiência de vida. Um drink aonde equilibramos o amargo e azedo às 19h de uma Terça feira não é tarefa para qualquer pessoa. 

Prontamente o entreguei, ele pegou seu copo e se dirigiu para uma mesa. A mesma que ainda está. 

Entre um gole e outro, ele olha para o celular. Aguardando alguma mensagem? Criando coragem para enviar talvez? 

Lá de sua mesa ele acena "Mais um". Deixa comigo. Preparei e levei pessoalmente. 

- A semana começou dura?

Ele sorriu

- Quantos desses são necessários para preencher vazios?

Nossa, que pergunta. Respirei e respondi:

- Se o álcool prenchesse vazios da alma, o alcolismo seria uma religião.

Sorrimos e então voltei ao meu balcão.

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