Devaneios distintos


I

E foi como deveria ser. Jantar, conversas, desejo... Se eu tentava fingir não querer, de certo minha boca aguardava teu beijo. Mas eu deveria me portar. Ao menos, não tão cedo eu decidiria a tudo ousar.
Um Sangiovese com parmesão, no ar, inevitável tensão. Embora negados pela voz, pensamentos similares entregues em cada troca de olhares. Éramos apenas nós... 
E, diante de cada história buscada lá nos confins da memória, de súbito instante, um trovão! Não era chuva, era o tocar da minha e da tua mão. E agora, como disfarçar o ensejo? Nesta noite de tantos sabores, falta o gosto de nosso beijo. 
Um gole, o lábio molhado que fica... O sorriso, aquele, meio sem graça e o desejo que estica. 
Ela levanta, ele a abraça. Ela suspira, ele respira.
Cria coragem, ante aquela tão esperada imagem.
Ela balança, como quem fora do eixo
Ele a toca com os dedos no queixo.



II

Quão bela pode ser uma teoria? Mas que de nada agrega valor, se não for na poesia, a vida pede e espera o calor! 
Bebemos, e por que não beberíamos? Em um momento de guerra, ainda assim, ríamos! Anestesíados pelo álcool, ou pelo momento, nossa noite era de brindes e nunca de lamento. 
Mas sejamos verdadeiros, como controlar a antiga curiosidade? De anos e anos inteiros que nunca foram esquecidos, apesar dos aumentos das idades. E que bom que demorou. Ainda te admiro, e você admira quem sou. 
Repara, nossa pele emana eletricidade! A vontade de beijar que invade pelos nossos olhos a se encarar.  Te beijo!

Para que esperar? 

 .

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