Viagem

Seria um milagre ou encanto? Você batera em minha porta, numa manhã fria de Julho. Férias!

Você tinha viajado até a metade do caminho, eu até a outra metade! Nos encontramos em Minas!
Eu tinha alugado um chalé para passar um final de semana, e teria sido o encanto ou milagre, mas algo te trouxe até minha porta!
Saímos, passeamos... Visitamos a cidade e seus pontos turísticos. Lado a lado apenas, conversando, rindo e nos divertindo demais. Trocamos muitas experiências, aprendi sobre edições de vídeo e eu te ensinei sobre atividades físicas boas para a saúde!
Por volta do meio dia, a brisa fria já havia diminuído, o céu era azul e víamos um Sol que insistia em aparecer, deixando o clima um pouco mais quente...
Durante nosso almoço, não resisti e ao ver a forma como sorria, me senti na obrigação de ousar e disparar elogios a teu rosto. Doce, charmoso... Provocante!
Pude observar que ficara tímida, e com isso sua meiguice me ganhava aos poucos. Voltamos ao quarto, pedi uns doces e você pediu um suco de laranja, enquanto matávamos as horas, eu buscava ver novamente aquele jeito inocente e tímido de quando você se mostrava vulnerável aos meus galanteios. Sabes que cortejar donzelas é meu forte, mas sabes que não o faço a esmo, somente quando preciso! Esta parte de mim credibilizava ainda mais minhas investidas sutis... Sentia que seu sorriso ganhava outros ares... Algo além da timidez e da meiguice. Senti, naquele gesto em que tirei uma mecha de cabelo de seu rosto que você demonstrava desejo.
Foram se horas, nas quais você e eu passamos o tempo recitando nossas frases preferidas no mundo da literatura. Concordamos que "O pequeno príncipe" continha as mais belas e reflexivas mensagens que uma pessoa poderia absorver. Você me conquistava recitando mensagens sensíveis e tocantes, eu lhe entediava recitando Kant, Baudelaire e Álvares de Azevedo!
E eis que o Sol se pôs!
Acendemos a lareira e nos pusemos lado a lado mais uma vez, mas desta vez estávamos sentados vendo o fogo dançar em nossa frente.
Aqueles movimentos dançantes e quase que rítmicos das baixas labaredas conduziam minha mão sobre o cobertor... Minha mão deve ter percorrido quilômetros até achar a sua mão, deixada sob sua perna. Um toque entre os dedos bastou e então nossos lábios fizeram o mesmo.

Terminamos nossa noite ali mesmo, não tivemos sequer a vontade de procurar o aconchego da cama. Acordamos abraçados no sofá, tomamos a café e instantes depois sentir aquela que seria a segunda maior dor daquele final de semana! Saber que você deveria partir. E eu também! Sabe Deus quando nos veríamos novamente, quando conciliaremos nossos interesses e vontades novamente...

De fato, pior que essa dor foi apenas quando caí na real, e vi que tudo não tinha passado de um sonho. Acordei, e sorri.

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