Querida maldição III

Pensa o poeta:
Há quanto tempo não ando por estas ruas!? Por Deus, como pôde ter mudado tanto? Mas aqui estou, novamente, prestes a entrar no bar de sempre, pedir meu whisky de sempre... Lamentar, como sempre. Me pergunto se meu "barman" favorito ainda trabalha aqui, caso contrário terei de me acostumar com a ideia de que, nos próximos anos serei visto como um louco alcoólatra.

Duas passadas, e ouço um grito que vem do balcão:
POETA! ESTÁS VIVO!
Sim, ele ainda trabalha!

Fala Álvares (O barman)
Já concluía que tinha morrido! Sumiste do nada poeta! O que aconteceu? Espere! Antes de me contar tudo, vou lhe servir o mesmo whisky de sempre. Azevedo, assume o balcão aí, preciso ter uma conversa séria com este ilustre cliente!

Sentamos em uma mesa, meu whisky sem gelo, sem água, puro! O som ambiente, um jazz bem calmo e profundo...

Fala o poeta:
Pois bem meu caro, sumi mesmo! Eis que me apaixonei perdidamente, me entreguei ao meu maior e mais puro amor! Entrei de cabeça nesta paixão, contrariei toda a lógica e segui cegamente aos mandamentos de meu coração!
Encontrei, há como fui tolo por tanto tempo, encontrei tudo aquilo que sacia minhas vontades em um lugar que sempre esteve diante de meu nariz! 
Me compreende, me motiva, me entende, me incentiva! Está comigo em todo lugar, me ama e me faz amar. Desde bem cedo, até quando me deito na cama. Um sonho, com um antigo enredo!
Uma nova sensação antiga que me invade, irmã, companheira, amiga, saudade! Uma síncope de felicidade!

Olha só poeta! Finalmente apaixonado pelo verdadeiro amor!
Sim! Totalmente entregue à este amor!
E como se chama este eterno amor?
Álvares, a dona de meu coração se chama Solidão!

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Lamente-se comigo! =)

Camaradas: