No Sábado, sai com algumas pessoas.
Sob a ilusão de excesso de vida causado pelo álcool, dancei, e ri bastante. Já tarde, (ou seria cedo!?) cheguei em casa, de carona com um amigo. Caminhei falseando até o portão de meu apartamento, entrei e fui direto ao banheiro.
vale pela ilusão de que estamos contentes, ninguém sabe o que eu sinto... E quem sabe o que sentes?"
E talvez seja apenas um momento de tristeza pós festas, mas ainda que seja, senti por mim mesmo um desprezo tamanho que não saberia explicar a origem. Talvez seja meu eu interior, em forma de poeta adolescente que jamais pensaria que um dia, chegaria a fracassar como fracassei.
Aquele garoto, que diferente dos rapazes de 16 ou 18 anos de idade rabiscava versos simples, trovas bobas e escolhia a constância do que a aleatoriedade. Aquele garoto que prometeu a si mesmo nunca fracassar. O mesmo garoto que se tornou adulto e, diante de tragédias da vida, resolveu mudar...
Por trás destes letreiros cheios de esplendor, rebrilhantes, na névoa das horas já mortas, quantos vultos sem rumo entre as frestas das portas, quanta vida afinal desarvorada e ao léu! Dentro de todo o ruído e de todo o escarcéu sem se olhar para os lábios, - nos olhos, no fundo, há um drama que envergonha as plateias do mundo!"
Fui até a sala, me servi de uma última dose de whisky e olhei pela varanda.
"É tarde... e é muito cedo... O dia se entrevê...
É uma difusa, extensa, e dúbia claridade, como uma olheira roxa a envolver a cidade que dorme... Ouvem-se ao longe, passos, raramente, que ficam muito tempo no ouvido da gente e se perdem distante... E mais longe... E mais longe..."
Pois bem, eis então uma estranha e irônica coincidência.
Quase trinta anos, sozinho em minha sala bebendo meu whisky... Quem me conhece saberá!
Eu percebi que, dentro de meu fracasso, minha derradeira cena eu vivi!
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Lamente-se comigo! =)