Querida maldição II

Entre um copo e outro de café, sentado em minha mesa como de costume, observo as primeiras horas em que a Lua, que eu tanto admiro, ilumina as ruas de sempre... Vazias, como sempre!
Sinto falta de uma antiga poesia, de versos belos e tristes, de estrofes elegantes e apaixonadas. Recorro aos meus livros, J.G., Álvares, Baudelaire e nem mesmo Lord Byron conseguem me trazer esta, que talvez, eu nem saiba se realmente existe.
A brisa que batia em minha janela, aquela típica brisa de começo de Inverno, anunciando a entrada de Julho vinha com um propósito único! Me lembrar dela...
E essa brisa, que em tempos idos já levara meus desejos de bons sonhos à ela, me perguntou:

Poeta, diga, que fazes sozinho aqui?
Penso nela - respondi.
Isso que sentes, isso tem um nome! Saudade! Diga poeta, não é este o nome!?
Se quiser assim chamar a esta dor que me consome...

E seguindo sua rota, se dissipou pela noite.
Mas eu fiquei, tentar entender o porquê desse vazio. E só cheguei a uma conclusão, esse vazio não se preenche com rimas, nem com metrificações, se preenche com lindas mechas louras, olhos negros cativantes, uma boca, aonde vive um sorriso apaixonante... Esse vazio se preenche com você!

Enquanto você estiver longe de mim, serei tal como essas ruas, vazias!

1 comentários:

Incrível o modo como você escreve, as vezes não sei distinguir se é uma situação real ou fictícia... Muito lindo.

 

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