Liguei só para ouvir tua voz...

Ah como me faz bem tua voz! Saber que é algo teu que ainda posso desfrutar, me faz dar muito valor!
Confesso, o álcool já agia em minhas atitudes, mas de qualquer forma, ouso a dizer que a bebida é fator irrelevante, afinal, sob efeito do álcool ou não, meu pensamento está sempre em você.
Era mais uma noite em um barzinho com meus amigos, o garçom, sempre ávido, tratava de manter copos cheios na mesa, e com a facilidade que a tristeza age, os copos se secavam rapidamente. Lá pelas tantas, não aguentei mais! Peguei meu celular e fui direto até o último nome da minha agenda! Irônica como a vida é, teu contato tinha que ser o último! Como se fosse para eu ir descendo nome por nome, refletindo se era uma boa idéia mesmo te ligar.
Tola ironia! Qualquer contato contigo, mesmo que seja por telefone, é sempre uma boa ideia! E assim, te liguei!
Na esperança boba de, quem sabe, te convidar para se juntar a mim e aos meus amigos no barzinho, e assim beber alguma coisa, conversar...
Nada mais! Não me atrevo a desejar nada mais que isso! Ou pelo menos, não me atrevo a deixar que você saiba tudo que desejo!
A cada chamada, sentia meu coração bater cada vez mais rápido, e eis que você atendeu!
Dialogamos rapidamente. Você não estava na mesma cidade que eu, tinha ido para a cidade vizinha, em uma festa...
Combinamos para a eterna "próxima vez", e desligamos.
Voltei a mesa com meus amigos, e sinceramente, tudo o que estava sendo dito naquele momento eu não ouvi. Sua voz ainda ecoava em meus ouvidos, e a incerteza de quando te verei novamente me levava a dores íntimas que somente eu poderia descrever...
Pedi ao garçom duas Tequillas. E virando-as, levantei decidido que precisava ouvir novamente tua voz!
Novamente, a cada chamada, uma batida mais forte no coração, e eu confuso não sabia o que ia dizer, pensei na frase clichê  "liguei só para ouvir tua voz", mas, covarde que sou! Desliguei antes que você atendesse.