dentro da alma um complexo estranhamente vago,
uma angústia que eu mesmo não sei definir...
Acabei de dançar, de beber, de sorrir...
Tenho os olhos ardendo, e eu sei, porque ainda há pouco
olhando-me no espelho tinha o olhar de um louco
e a palidez de um doente... E pensei para mim
que essa vida da noite é exatamente assim:
vale pela ilusão de que estamos contentes,
ninguém sabe o que eu sinto... e quem sabe o que sentes?
A alegria que espuma, é a espuma da bebida
que dá ao sangue a impulsão de um excesso de vida;
os gestos de que a alma inflamada é capaz
sintonizam com os ritmos doidos do jazz,
vamos buscar a vida, o prazer, e enojados
saímos com a impressão de que fomos logrados!
Ora, o mundo afinal, não sendo mau nem bom
lembra mesmo uma casa alegre de bas-fond;
- na fachada a féerie dos letreiros piscando,
por dentro, uma algazarra falsa, transbordando
sobre almas enfastiadas de tédio e de amor!
Por trás destes letreiros cheios de esplendor,
rebrilhantes, na névoa das horas já mortas,
quantos vultos sem rumo entre as frestas das portas
quanta vida afinal desarvorada e ao léu!
Dentro de todo o ruído e de todo o escarcéu
sem se olhar para os lábios, - nos olhos, no fundo,
há um drama que envergonha as platéias do mundo!
(...)
1 comentários:
JG detona!!!! muito boom memso!!!!!
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Lamente-se comigo! =)